Passado praticamente um mês das Eleições Municipais de 2024, as negociações para definir os nomes que comporão a Mesa Diretora da Câmara Municipal de João Pessoa (CMJP) já estão a todo vapor. De acordo com o regimento da Casa, a escolha da chapa deve ocorrer no período entre a diplomação dos eleitos – agendada para o dia 16 de dezembro – e o recesso parlamentar, previsto para iniciar no dia 1º de janeiro. Até o momento, o clima no Legislativo municipal é de indefinição e muito diálogo
A começar pelo atual presidente da CMJP, o vereador Dinho Dowsley (PSD), reeleito em outubro com 9.397 votos na capital. Em recentes declarações à imprensa, Dinho tem admitido a intenção de ser reconduzido ao cargo no próximo biênio, mas também pondera que a decisão deve ser tomada coletivamente e, na medida do possível, de forma consensual.
“Aqui é um colégio de hábitos, são vinte e nove cabeças. Acredito que tudo é uma construção. Precisamos dialogar bastante até encontrarmos uma definição”, avaliou o parlamentar.
O vereador eleito com o maior número de votos em João Pessoa, Guga Pet (PP), também manteve o tom moderado sobre o assunto. Embora tenha declarado que “todo vereador tem o sonho de ser presidente da Câmara”, o parlamentar adiantou que não pretende concorrer ao pleito este ano.
“Eu não sou candidato a presidente. Não é meu momento. Meu momento agora é de trabalhar em prol de nossa cidade e honrar os 10.320 votos que a população pessoense me confiou”, explicou.
O vereador também informou, que, como esperado, o Progressistas não deve abrir mão de participar do debate e das articulações em torno da eleição para a Mesa Diretora. Segundo ele, o partido do prefeito reeleito, Cícero Lucena, e dono da maior bancada na Casa Napoleão Laureano nos próximos quatro anos – com cinco representantes eleitos – têm discutido a questão internamente.
“Estamos dialogando para que a gente, de fato, tenha uma unidade dos cinco parlamentares. Vamos almoçar hoje de novo e acredito que logo vamos entrar em consenso e fazer, os cinco, um pronunciamento dizendo para que lado a gente vai”, adiantou.
Líder da segunda maior bancada da CMJP para o próximo mandato, o vereador Marmuthe Cavalcanti (Republicanos) foi um pouco mais além e disse que, embora não tenha nenhuma objeção a uma possível reeleição de Dinho Dowsley, o Republicanos também não descarta a possibilidade de concorrer à presidência da Mesa Diretora. Segundo ele, a decisão do partido na capital deve ser consolidada em reunião com o presidente estadual do partido, o deputado federal – e candidato à presidência da Câmara dos Deputados – Hugo Motta.
“O Republicanos terá, a partir de 2025, quatro vereadores aqui na Casa. Cada um tem uma opinião. Não existe ainda um consenso. Existe uma tese de que, de fato, Dinho possa ter uma oportunidade novamente – e, da minha parte, eu não tenho nada contra. Mas há também uma tese de que a gente possa ter o Republicanos ocupando a presidência durante um dos biênios aqui na Câmara, assim como acontece na Assembleia Legislativa. Ainda estamos ponderando algumas situações. Por isso, a gente espera ansiosamente pela vinda do deputado federal Hugo Motta para que a gente possa unir ideias e criar unidade dentro do partido”, detalhou o parlamentar.
Marmuthe ainda confirmou que existe, hoje, na Câmara um grupo de vereadores que cogita a possibilidade de composição de uma segunda chapa para a Mesa Diretora. “Nós temos 15 vereadores que estão diariamente se reunindo nesse pensamento de criar uma renovação aqui na Câmara Municipal”, expôs.
O líder do Republicanos na Casa, inclusive, não tem receios de admitir que, ainda que não tenha lançado candidatura, seu nome estaria à disposição para o pleito no Legislativo municipal.
“Eu já coloquei meu nome à disposição, sim. A gente já tem uma experiência, conhece os trâmites da Casa, estamos indo para o nosso quarto mandato, sou um dos mais antigos dentro do Republicanos, líder do partido na Câmara. Então me sinto preparado. Mas, veja, eu coloquei meu nome à disposição dos colegas! Isso não significa que eu lancei minha candidatura”, ressaltou.
Eleito pela décima vez consecutiva em 2024, o vereador mais longevo de João Pessoa, Durval Ferreira (PL) também não negou a existência de um grupo de vereadores que esteja se articulando para apresentar uma chapa alternativa à do atual presidente. Todavia, optou pelo tom moderado:
“Eu acredito que todos os vereadores têm o direito de participar como candidato a presidente. Todos têm capacidade e tem competência para ser, mas eu acredito que ainda vai correr muito tempo, nós temos até o dia 30 de dezembro para decidir isso”, esfriou.
Sobre a possibilidade de ter o nome à frente de alguma chapa, o vereador esquivou. “Não é bom a gente dizer assim: ´eu sou candidato’. É bom quando a gente é escolhido. No momento eu estou somente conversando. Se for da vontade de Deus, quem sabe”.
“Eu não tenho uma expectativa de dizer ‘Durval vai ser o candidato’, ou ‘Dinho vai ser o candidato’ ou Marmuthe, ou Bosquinho. Tem vários nomes. Tem João Almeida, tem muitos que estão também lutando para ver se sai candidato. É como eu disse: as conversas estão abertas e aquele que realmente for escolhido será o presidente. Tem mais de oito nomes aí conversando” acrescentou.
Por Filipe Cabral, para o Jornal A União
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