• segunda-feira, 21 de outubro de 2024

Marcelo Queiroga, ex-ministro da Saúde durante o governo de Jair Bolsonaro, colecionou momentos polêmicos ao longo de sua gestão, tornando-se figura controversa no combate à pandemia de COVID-19 no Brasil. Sua passagem pelo ministério foi marcada por falas e comportamentos que geraram críticas intensas, incluindo um episódio internacional amplamente repercutido: o momento em que ele deu o dedo a manifestantes em Nova York.

O gesto polêmico em Nova York
Em setembro de 2021, Queiroga, que acompanhava o então presidente Jair Bolsonaro em uma viagem para a Assembleia Geral da ONU, foi flagrado em um vídeo fazendo um gesto obsceno para manifestantes contrários ao governo brasileiro. O grupo protestava contra a postura de Bolsonaro na condução da pandemia, e a reação de Queiroga — levantando o dedo médio enquanto passava de dentro de uma van oficial — foi duramente criticada por autoridades e pela opinião pública. O comportamento foi considerado inadequado para um ministro da Saúde, especialmente em um momento delicado de saúde global.

Após o incidente, Queiroga ainda testou positivo para COVID-19 e foi obrigado a permanecer em isolamento nos Estados Unidos. O episódio intensificou a percepção de despreparo e descontrole emocional por parte do ministro.

Disputa com Pazuello: quem foi o “pior ministro da Saúde”?
Queiroga assumiu o Ministério da Saúde em março de 2021, sucedendo Eduardo Pazuello, um general sem formação na área da saúde, cuja gestão foi alvo de amplas críticas, principalmente pela falta de coordenação na crise da COVID-19. Pazuello enfrentou uma série de acusações de incompetência, como a demora na compra de vacinas e o colapso do sistema de saúde de Manaus, que resultou em centenas de mortes por falta de oxigênio.

Quando Queiroga foi nomeado, esperava-se uma melhora na condução da crise, já que ele era médico cardiologista, diferentemente de seu antecessor. No entanto, suas atitudes controversas, somadas à sua defesa de pautas negacionistas de Bolsonaro, colocaram em dúvida sua capacidade de gerir o ministério de forma técnica. A contínua dificuldade em expandir a vacinação, bem como a lentidão em agir diante de novos surtos da doença, fizeram com que ele entrasse em uma espécie de “disputa” simbólica com Pazuello pelo título de “pior ministro da Saúde” durante a pandemia.

O legado de Queiroga
Embora Queiroga tenha supervisionado a fase final da vacinação contra a COVID-19 no Brasil, muitos especialistas avaliam que ele não conseguiu se desvencilhar da influência de Bolsonaro, que era um crítico ferrenho das vacinas e das medidas de distanciamento social. As falas e atitudes dúbias de Queiroga reforçaram essa percepção. Em várias ocasiões, ele evitou condenar abertamente o uso de medicamentos ineficazes, como a cloroquina, e foi criticado por alinhar-se às posições do presidente, mesmo diante de evidências científicas contrárias.

Seu comportamento em Nova York foi um símbolo de sua gestão, caracterizada pela mistura de negacionismo e episódios de despreparo, o que deixou sua marca de forma negativa na história recente da saúde pública brasileira.

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