• segunda-feira, 23 de setembro de 2024

O Tribunal Regional Eleitoral da Paraíba (TRE-PB) decidiu, por unanimidade, manter a prisão da vereadora Raíssa Lacerda. Entre os que votaram a favor da manutenção da prisão estão o Procurador Regional Eleitoral Renan Paes e os desembargadores Bruno Teixeira de Paiva, Osvaldo Trigueiro, Márcio Leandro e Maria Cristina.

Durante a votação, o desembargador Fábio Leandro destacou que o mandato da parlamentar está ligado aos interesses de facções criminosas. “É estarrecedor como as facções do tráfico estão avançando em nossa sociedade e também no nosso sistema eleitoral. Está claro que a decisão da Justiça foi fundamentada e, de acordo com as provas da investigação, não deixa dúvidas de que o mandato da vereadora se mistura com os interesses das facções”, afirmou o desembargador.

A decisão reflete a preocupação do Tribunal com a influência do crime organizado nas eleições e reafirma o compromisso em garantir a integridade do processo democrático na Paraíba.

Raissa Lacerda foi presa juntamente com outras três pessoas: Kaline Neres do Nascimento Rodrigues, Pollyanna Monteiro Dantas dos Santos e Taciana Batista do Nascimento. Todas são suspeitas de envolvimento em um esquema que teria como objetivo coagir eleitores em bairros de João Pessoa para votarem em candidatos específicos.

A operação Território Livre

A primeira fase da operação Território Livre ocorreu no dia 10 de setembro, e desde então, a Polícia Federal cumpriu diversos mandados de prisão e de busca e apreensão. A segunda fase da ação, realizada na semana passada, resultou na prisão de Raissa Lacerda e das demais envolvidas.

De acordo com a Polícia Federal, Kaline Neres é apontada como a principal articuladora de Raissa no bairro Alto do Mateus, onde teria utilizado a influência de uma facção criminosa para coagir eleitores. Pollyanna Monteiro, por sua vez, teria usado seu poder de influência no bairro São José para determinar em quem os moradores deveriam votar. Taciana Batista, ligada à ONG Ateliê Vida, é identificada como braço direito de Pollyanna, exercendo também influência no bairro São José.

A defesa da vereadora nega as acusações e espera que o habeas corpus seja aceito pelo TRE-PB, resultando na sua soltura ainda nesta segunda-feira.

A operação segue em andamento, e novas fases podem ocorrer conforme o avanço das investigações.

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