Na manhã de hoje (16), a Polícia Federal deflagrou a Operação Salus, que tem como foco a investigação de fraudes à licitação, superfaturamento de produtos e desvio de verbas públicas na Secretaria de Saúde de Campina Grande durante o final do ano de 2020, período crítico da pandemia de Covid-19 e último ano da gestão Romero Rodrigues.
De acordo com as investigações, a prefeitura municipal de Campina Grande teria incorrido em um superfaturamento médio de 111% na aquisição de gêneros alimentícios não perecíveis. Alguns itens, sem justificativa plausível, foram reajustados em até 299%, causando um prejuízo estimado em mais de R$ 340 mil aos cofres públicos.
A Polícia Federal descobriu que o secretário municipal de saúde assinou um contrato inicial para a aquisição dos gêneros alimentícios, avaliado em cerca de R$ 800 mil. Surpreendentemente, apenas 60 dias depois, foi assinado um termo aditivo elevando o valor do contrato para mais de R$ 1,6 milhão. Nota-se que, durante esse período, a inflação oficial permaneceu abaixo dos 2%.
Além disso, há suspeitas de que a empresa envolvida no esquema seja apenas uma fachada, uma vez que, no endereço cadastrado, foi encontrado apenas um imóvel inacabado e abandonado.
A Operação Salus resultou na execução de dois mandados de busca e apreensão, emitidos pela 4ª Vara Federal de Campina Grande. Os alvos foram o apartamento do empresário que fornecia os produtos superfaturados e a residência do ex-secretário municipal de saúde, ambos localizados na mesma cidade.
O Juízo Criminal determinou a quebra do sigilo telemático dos investigados, bem como o bloqueio de contas e sequestro de bens no valor de R$ 340.286,77. Até o momento, nenhuma prisão foi efetuada. A palavra latina “salus”, que inspirou o nome da operação, representa o atributo principal dos íntegros e intactos, originando a palavra “saúde” na língua portuguesa. Até o momento, a Prefeitura de Campina Grande ainda não emitiu declarações públicas sobre a operação em curso.
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