PDT e PSB já avançaram na discussão da nova federação de esquerda, que pode ter mais um partido, o Solidariedade. “Recebi sinalização nessa direção da cúpula do SD”, disse, à Folha, o presidente nacional do PSB, Carlos Siqueira, que já deu o start do consórcio partidário com o presidente do PDT, Carlos Lupi.
Se os três partidos se entenderem, como prevê Siqueira, a federação PDT-PSB-SD terá 36 deputados, sendo, pela ordem, 17 do PDT, 14 do PSB e 5 do SD. As três legendas buscam um acordo em consequência das regras eleitorais impostas na eleição proporcional com o fim das coligações partidárias.
Sem elas, os partidos tiveram dificuldades de eleger deputados em todos os Estados. Nas eleições de 2018, o PSB elegeu 32 deputados, quando ainda vigorava a permissão para formação de coligações. Nas eleições passadas, com a proibição das coligações, a bancada foi reduzida para 14 parlamentares.
“As mudanças na legislação também repercutiram. Em 2018, com R$ 4,2 milhões de fundo eleitoral, o PSB elegeu 32, mas agora, com R$ 1 milhão a mais de fundo, ou seja, R$ 4,2 milhões só elegemos 14”, disse o presidente socialista.
Siqueira destaca que outra distorção na mudança das regras trouxe prejuízo eleitoral ao PSB em Estados que candidatos a federal tiveram expressivas votações, mas não se elegeram. “É o caso de Denis Bezerra, do Ceará, que teve 118 mil votos, mas não emplacou o mandato”, lamentou, culpando as mudanças para o cálculo do coeficiente eleitoral.
A provável federação PDT-PSB-SD também terá repercussão no Senado. Na Casa Alta, o PSB elegeu 4 senadores e o PDT três, formando uma bancada de sete senadores. “Isso dá um diferencial e um peso à federação”, disse Siqueira, que deve ter uma conversa também com o presidente SD, Paulinho da Força Sindical.
Segundo ele, até a próxima quinta-feira, ele e mais Lupi e Paulinho, se o Solidariedade vier a se entender na federação, terão uma importante reunião para bater o martelo. Quanto à presidência da federação, Siqueira garante que não haverá disputa. “A tendência é de gestão compartilhada, sem que os partidos percam a sua autonomia”, afirmou.
No que diz respeito aos líderes na Câmara e no Senado, a escolha, segundo Siqueira, se dará mediante um processo de eleição interna entre os deputados e senadores. Hoje, o líder do PSB na Câmara é o deputado pernambucano Felipe Carreras, que pode até ser o líder da federação. Para isso, basta que tenha a indicação da federação e o voto dos demais deputados do consórcio.
Para Paulinho da Força, presidente do Solidariedade, a federação vai fortalecer a “luta em defesa da democracia e do povo brasileiro”. No processo da eleição passada, o PSB não aceitou integrar a federação com o PT e PCdoB. Mesmo assim, o partido fechou uma aliança eleitoral com o PT.
O PSB aceitou a filiação do ex-governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, que deixou o PSDB, e virou candidato a vice na chapa vitoriosa do então candidato do PT ao Planalto, Luiz Inácio Lula da Silva. No Governo, Alckmin virou ministro da Indústria e Comércio e tem trabalhado fortemente para fortalecer o partido, sendo amplamente favorável ao ingresso da legenda na federação com o PDT e SD.
NA PARAÍBA
Na Paraíba, até agora, os dirigentes das três legendas ainda não se pronunciaram sobre a união dos três partidos. Nem André Ribeiro do PDT, nem Gervásio Maia do PSB, tampouco Eduardo Carneiro do SD comentaram o tema, seja com a imprensa ou por meio das redes sociais.
Redação com Folha de PE
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