Em 2018, o deputado federal Gervásio Maia (PSB) foi eleito campeão de votos na disputa pelas 12 vagas para a Câmara dos Deputados. O feito foi alcançado, sobretudo, pelo apoio do ex-governador Ricardo Coutinho (PSB), que à época tinha uma aprovação de mais de 80% de sua gestão.
Três anos depois, a história mudou. Ricardo virou réu em várias ações no âmbito da Operação Calvário, caiu em desgraça, disputou e foi derrotado na corrida pela prefeitura de João Pessoa em 2020, e agora tenta ressurgir das cinzas ao tentar se credenciar para o Senado Federal no pleito de 2022. Porém, àqueles que ele apoiou em um passado não tão distante agora tentam se desvincular da imagem do ex-gestor.
O próprio Gervásio, que foi beneficiado com o apoio do socialista, hoje pondera sobre a intenção do correligionário entrar na corrida majoritária. Em vez de impulsionar e se situar como cabo eleitoral, o parlamentar joga para a nacional a decisão de ‘permitir’ ou não que Ricardo volte ao páreo. De acordo com Gervásio o posicionamento do partido a respeito da possível candidatura de Ricardo Coutinho ao Senado ainda não entrou sequer na pauta da executiva nacional.
Gervásio alega que não é prudente que em 2022 se repita o que, segundo Maia, aconteceu em 2020, quando RC impôs sua candidatura à Prefeitura Municipal de João Pessoa, sem combinar com os filiados.
“Na eleição municipal eu apresentei meu posicionamento no PSB, mas o ex-governador Ricardo tomou uma decisão isolada de se candidatar a prefeito de João Pessoa contra a minha opinião e as pesquisas que tínhamos. O resultado, todos nós sabemos, foi terrível, principalmente pelo o que ele representou como governador”, disse Gervásio Maia.
Para Gervásio, no pleito eleitoral do próximo ano, tanto as candidaturas, quanto as alianças, precisarão ser dialogadas com a executiva nacional do PSB. “Não existem decisões isoladas. Nas eleições de 2022 isso não vai ocorrer. Inclusive, o presidente nacional já me chamou atenção de que toda candidatura do PSB, ou composição entre partidos, deverão passar pelo crivo do diretório nacional e eu respeito isso, atendendo rigorosamente o apelo presidente”, resumiu o deputado.
Vale lembrar que – a preço de hoje – Ricardo não tem garantida a elegibilidade eleitoral para disputar o pleito do ano que vem.
O socialista, ao que parece, após oito anos como comandante, agora tem que contentar em ser comandado para ‘quiçá’ ter o aval para entrar em uma disputa, porque os apoiadores de outrora – assim como Gervásio – não têm intenção alguma de voltar a se curvar aos anseios do Mago.
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