A suposta quebra de acordo para a sucessão da Mesa Diretora na Câmara Municipal de Campina Grande deixou estremecida a relação entre os dois integrantes da base governista na Casa Félix Araújo, Marinaldo Cardoso (Republicanos), e a campeã de votos Eva Gouveia (PSD). Agora o prefeito Bruno Cunha Lima (PSD), tem que atuar para “apagar o fogo”.
A polêmica começou após o presidente da Casa, o vereador Marinaldo Cardoso, garantir a sua permanência no cargo por dois anos, descumprindo supostas negociações que antecederam a sua eleição para o cargo.
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Estrategicamente, na sessão ordinária da última quarta-feira, o presidente inseriu na ordem do dia um projeto de resolução que transformava o mandato da mesa diretora de bienal em anual.
Já na quantidade de subscrições (18) ao requerimento para a votação do projeto em regime de urgência, havia a sinalização de que o presidente tinha o controle dos votos em plenário.
Com o aval de 14 vereadores, o projeto de resolução proposto pelo próprio Marinaldo, foi rejeitado, o que colocou por terra a expectativa da 1ª vice-presidente Eva Gouveia (PSD) de assumir o cargo no começo de 2022, como também da vereadora Fabiana Gomes (PSD) de assumir a Câmara em 2024, sucedendo ao vereador Sargento Neto (PSD).
A suposta “rasteira” de Marinaldo após a negociação ser desfeita, deixou Eva Gouveia indignada.
“Não acredito que amargo sozinha a decepção de ontem. Campina inteira viu o parlamento se apequenar numa condução que de grande, não teve nada. Todos sabem como o processo de construção dessa candidatura iniciou-se. Dentro de nossa casa, com as minhas digitais, com o meu nome e o meu mandato que avalizava uma candidatura até então desacreditada por alguns colegas” desabafou.
Chateada, Eva disse que não tinha ” problemas em assumir as construções que antecederam tudo isso”. E acrescentou que todos os acordos políticos na Casa “são feitos com clareza e dentro de construções coletivas”.
“Campina sabe que retirei a minha candidatura ao primeiro biênio, opção que fiz para permitir que o sonho de um amigo se realizasse. Imaginei ser simbólico o Legislativo campinense eleger o primeiro presidente negro, que assim como Rômulo (Gouveia) chegava à presidência sem sobrenome político tradicional” observou.
No desabafo, a vereadora disse ainda que retirou a sua candidatura no primeiro biênio, por entender que a realização deste sonho seria capaz de amenizar as feridas que Marinaldo Cardoso dizia ter em relação ao processo ´traumático´ de 2016.
“Meu papel nesse processo foi dirimir feridas nos que não pensaram duas vezes na hora de me causarem, não só a mim, mas a duas mulheres honradas e eleitas pelo voto popular, eu e a colega Fabiana Gomes, igualmente atingida pela inominável votação de ontem” desabafou.
Como vereadora mais votada, Eva Gouveia classificou a votação como “um circo de apequenar nossa força”. “A vítima de ontem não foi Eva Gouveia. A falência moral de ontem sepultou a um só tempo muito atores.O acordo do anuênio nunca foi construído para sanar uma promessa política, mas para dar cumprimento a uma proposta que também não foi minha, mas de um outro colega, que enxergava essa opção como favorável e saudável ao Legislativo – a alternância de poder” desabafou.
Apesar da mágoa, a vereadora disse que Marinaldo terá para sempre o seu respeito porque a história dele exige isso.
” Dividimos por muito tempo esse jeito de fazer política. Hoje não tenho como dividir mais a confiança de tê-lo como um amigo. E isso dói. Dói porque repito: é uma morte para a vida. Espero, sinceramente, que a cadeira de presidente não limite, em retaliação ao meu desabafo, as capacidades de meu mandato e do trabalho dos que me acompanham” encerrou. As informações são do portal PB Agora.
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