• quarta-feira, 16 de outubro de 2024

O uso de remédios sem eficácia comprovada para tratar a Covid-19 pode trazer efeitos colaterais sérios de acordo com estudos e apontamentos de profissionais de grande renome da medicina nacional e internacional.

Os mais conhecidos medicamentos que vem sendo adotados por alguns brasileiros que tentam um tratamento precoce contra o novo coronavírus incluem azitromicina, ivermectina e a tão debatida hidroxicloroquina.

Apesar do alerta dos especialistas do mundo todo, o prefeito de Pedras de Fogo, Manoel Junior, que é médico, declarou durante entrevista nesta quinta-feira (22) que ele mesmo faz uso de uma das drogas, além de um chá, e prescreve alguns dos medicamentos citados acima aos seus pacientes.

Durante entrevista do gestor à Band News, a jornalista Cláudia Carvalho questionou Manoel sobre o tratamento precoce que vem sendo repudiado pela comunidade médica. O intuito da jornalista possivelmente era de que o prefeito reforçasse o apelo de que as drogas do famigerado ‘kit covid’ não tem eficácia nenhuma no tratamento da doença, porém a resposta foi outra.

Além de afirmar que faz uso da ivermectina uma vez ao mês e todos os dias toma o chá de quina, Manoel disse que também prescreve ivermectina e azitromicina para os pacientes na fase inicial da doença.

“Eu respeito todos os colegas médicos que adotam outra postura e condeno aquelas pessoas que não são da área e querem dar pitaco. Eu pratico e tenho me dado bem porque nenhum paciente meu até agra que eu tenha conduzido foi para o tubo e confio cegamente que qualquer doença tratada no início você evita as complicações desta doença. Eu sempre pratiquei logo no início uma coisa que eu tomo mensalmente, de 30 em 30 dias, que é a ivermectina, tomo todos os dias um chazinho chamado chá de quina quina, essa árvore é conhecida na região amazônica para tratamento da malária e graças a Deus passei incólume de março pra cá mesmo tendo tido uma campanha intensa. Eu faço a ivermectina para os meus pacientes durante 3 dias a azitromicina 5 e fico observando a questão da inflamação para entrar ou não no corticoide” detalhou.

Vale ressaltar que além de serem ineficazes, alguns dos medicamentos incluídos no chamado kit covid-19 também podem causar sérios efeitos colaterais em pacientes e até matar

Confira o que os dados das principais autoridades de saúde e medicina do mundo e no Brasil, incluindo a OMS (Organização Mundial da Saúde), o CDC americano (Centro de Controle e Prevenção de Doenças), a Agência Europeia de Medicamentos, a SBI (Sociedade Brasileira de Infectologia) e a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) dizem sobre os referidos remédios:

Ivermectina

O remédio é usado no tratamento de infecções por parasitas, como piolhos, sarnas e lombrigas, entre elas a escabiose.

Não há comprovação de eficácia contra a covid-19. Em julho de 2020, a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) rejeitou a utilização do remédio na prevenção e tratamento da covid-19.

Um estudo divulgado em janeiro de 2021, que teria apontado a potencial eficácia do remédio, foi rechaçado por especialistas.

Azitromicina

Antibiótico, a azitromicina costuma ser indicada no tratamento de doenças respiratórias, como bronquite ou pneumonia, ou sexualmente transmissíveis, como a gonorreia.

Pesquisas apontaram que o medicamento não tem eficácia contra a covid-19. A extensiva pesquisa Recovery, em que especialistas de universidades britânicas como Oxford e King’s College Londres testaram diversos tratamentos em pacientes do sistema de saúde público do país, não conseguiu encontrar evidências de que o remédio pode ajudar a deter a covid-19.

Chá de quina

Essa substância não é isenta de toxicidade, podendo causar problemas cardiovasculares, por exemplo. Fazendo-se o chá dessa planta, diversas outras substâncias são extraídas, das quais não se conhece completamente os efeitos farmacológicos e toxicológicos.

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