O desdobramento da nova fase da Operação Calvário na Paraíba, que atingiu dois ex-secretários da prefeitura de João Pessoa, no governo Cartaxo ganhou engajamento inusitado nas redes sociais.
Trata-se de uma fotografia em que o ex-governador Ricardo Coutinho (PSB) – apontado como mentor de um esquema criminoso que desviou milhões da Saúde e da Educação na Paraíba – considerado mentor, ao lado de Luciano Cartaxo, ambos com uma camisa 10 do Botafogo da Paraíba, time de coração da dupla.
Alguns internautas inclusive chegaram a fazer um trocadilho ao indagar se Cartaxo e Ricardo seriam craques no futebol e também craques na corrupção?
LIGAÇÃO COM CARTAXO
A nova fase da Operação Calvário, deflagrada na última quinta, 04, teve como um dos alvos dois ex-auxiliares do ex-prefeito Luciano Cartaxo. Entre os 28 mandados de busca, um deles foi contra o ex-secretário de Educação de João Pessoa, Luiz Júnior. Outro funcionário identificado é Gilberto Cruz, também da Educação.
Estas duas fases da Operação Calvário, décima primeira e décima segunda, teve por objetivo investigar contratos para aquisição de material didático (livros), por parte das Secretarias de Educação do Estado, no ano de 2014, e do Município de João Pessoa, no ano de 2013, nos valores de R$ 4.499.995,50 e R$ 1.501.148,60, respectivamente, sendo estimado um prejuízo ao erário, no montante de aproximadamente R$ 2.300.000,00, em razão do pagamento de propinas a agentes públicos e políticos.
Esta é a segunda vez que a Calvário se aproxima de Luciano Cartaxo, ex-aliado de Ricardo Coutinho na eleição de 2014.
Durante delação premiada ao Ministério Público da Paraíba (MPPB), a ex-secretária de Estado de Administração, Livânia Farias, afirmou que Cartaxo e o irmão, Lucélio Cartaxo (PV) participaram de reunião na qual teria sido discutida a eleição de Ricardo Coutinho (PSB), em 2014, e também o repasse de R$ 8 milhões para que o MDB apoiasse a candidatura do socialista.
Segundo Livânia, Luciano e Lucélio Cartaxo juntamente com outros membros políticos do MDB teriam se reunido com Ricardo e lideranças do PSB na Granja Santana, em 2014, a fim de decidir quem seria o vice da chapa.
Ainda conforme a delação da ex-secretária, líderes do MDB teriam pedido R$ 8 milhões para indicar o socialista.
A OPERAÇÃO
As novas fases têm por objetivo dar continuidade às investigações referentes à atuação de organização criminosa por meio da contratação fraudulenta de empresas para o fornecimento de material didático (livros).
A operação é conjunta entre o grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado do Ministério Público do Estado da Paraíba (Gaeco-MPPB), Controladoria-Geral da União (CGU), os Grupos de Atuação Especial Contra o Crime Organizado do Ministério Público Federal (GAECO-MPF), do Distrito Federal (GAECO-DF), de Santa Catarina (GAECO-SC) e de São Paulo (GAECO-SP), o Tribunal de Contas da Paraíba (TCE-PB), a Secretaria de Estado da Fazenda da Paraíba (SEFAZ-PB), e as Polícias Civil e Militar da Paraíba.
A Operação CalváriO investiga a atuação de uma organização criminosa instalada no Governo do Estado e em prefeituras da Paraíba, desde o exercício de 2010, composta por organizações sociais, empresas comerciais e agentes públicos e políticos, que, por meio de contratações fraudulentas, obtinha recebimentos de propinas para se manter no poder.
As duas novas fases da Operação Calvário têm por objetivo investigar contratos para aquisição de material didático (livros), por parte das Secretarias de Educação do Estado, no ano de 2014, e do Município de João Pessoa, no ano de 2013, nos valores de R$ 4.499.995,50 e R$ 1.501.148,60, respectivamente, sendo estimado um prejuízo ao erário, no montante de aproximadamente R$ 2,3 milhões em razão do pagamento de propinas a agentes públicos e políticos.
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