O prefeito de Campina Grande, Romero Rodrigues, admitiu hoje promover a abertura de alguns segmentos do comércio do município, apesar da disposição do Governo da Paraíba e da prefeitura de João Pessoa de manterem o mesmo nível de isolamento social previsto no início da pandemia. “Se a gente abre oficinas, por que não abrir as lojas de peças? Lojas de tecido e imobiliárias também podem abrir, .Queremos ver se podemos construir um consenso. O momento é de se unir contra o inimigo comum, o Covid-19, mas não dá para tratar as diferenças de forma isonômica”, disse Romero à TV Cabo Branco.
“Vamos tentar trabalhar em sintonia com o Governo, a prefeitura de João Pessoa e a Famup observando o que é melhor para a população, mas propondo alguma alteração que pode gerar uma abertura gradativo e lento da atividade comercial que também pede socorro neste momento”, disse Romero.
Ele definiu um bloco de propostas para o decreto do governador João Azevedo que deverá prorrogar as medidas de manutenção de isolamento social na Paraíba. Em reunião por videoconferência nesta quarta, com Azevedo, o colega Luciano Cartaxo, de João Pessoa, e o presidente da Federação dos Municípios da Paraíba (Famup), Romero foi instado a apresentar sugestões para uma possível flexibilização pontual de atividades comerciais que não comprometem na essência as orientações de não aglomeração de pessoas.
Entre as atividades que constam na lista de propostas de Romero, que podem evoluir para a condição de essenciais, destacam-se os seguintes segmentos da área de comércio e de serviços: livraria e papelaria; informática, componentes eletrônicos e provedores de Internet; autopeças; tecidos e aviamentos; imobiliárias; locação de veículos e, finalmente, as que comercializam equipamentos agrícolas.
– A rigor, tratam-se de atividades que não representam risco em potencial às medidas de isolamento social e, ao mesmo tempo, têm uma lógica toda própria a credencia-las para, voltando a funcionar, garantir empregos e renda, desde que os estabelecimentos sigam rigorosamente todas as precauções estabelecidas em nossa cartilha técnica, de proteção à saúde de clientes e colaboradores – destaca Romero Rodrigues.
Para o prefeito campinense, segmentos como o de comércio e serviços de informática e provedores de Internet são mutuamente complementares, da mesma forma que o de autopeças, por sua interconexão com as oficinas, que já estão autorizadas a funcionar desde o primeiro decreto municipal. A lógica em relação à comercialização de tecidos se baseia, segundo Romero Rodrigues, à demanda gigantesca que se tem no momento à confecção de máscaras, sejam caseiras ou profissionais.
Inverno
O setor de vendas de equipamentos agrícolas, defende o prefeito, também merece uma melhor atenção no decreto estadual como uma área essencial, levando-se em conta a necessidade que, às portas do inverno, o setor agrícola tem demandas muito específicas em relação a material, insumos e máquinas. “É indiscutível o caráter estratégico do agronegócio, principalmente pelo caráter de abastecimento de produtos de primeira necessidade”, observou Romero Rodrigues.
O prefeito também comentou a polêmica que tomou proporção nacional com fotos de comerciários ajoelhados no Centro de Campina Grande e que, segundo o sindicato dos comerciários da Rainha da Borborema, teria sido fruto da coação dos empresários para forçar a reabertura das lojas. “Vejo com tristeza essa imagem. Confio na classe empresarial de Campina Grande e sei que eles estão atônitos porque a situação não é fácil porque a atividade econômica tem um custo e eles estão de portas fechadas. Eles tentaram uma forma de chamar atenção, foi interpretada de forma errônea, mas respeito a classe empresarial e espero que possamos fazer a reparação dessa imagem”.
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