• quarta-feira, 23 de outubro de 2024

Na manhã desta sexta-feira (24), durante coletiva de imprensa, o juiz Sérgio Moro entregou o cargo de ministro da Justiça ao presidente Jair Bolsonaro. A decisão de Moro ocorre após exoneração do diretor-geral da Polícia Federal Maurício Valeixo.

Moro destacou que não era totalmente contra a troca no comando-geral da PF, desde que o presidente apresentasse um motivo real para a troca.

“Não é a questão do nome, tem outros bons nomes para assumir esse cargo. O grande problema de realizar essa troca seria a violação de uma promessa que me foi feita anteriormente, em segundo lugar não haveria uma causa e estaria claro que estaria havendo uma interferência política na Polícia Federal, o que descredibiliza a instituição” pontuou.

O ex-ministro ainda disse que Bolsonaro declarou a ele, mais de uma vez que gostaria de ter alguém do seu convívio no comando da Polícia Federal para que pudesse lhe fornecer informações sobre as investigações.

“Esse não é o papel da Polícia Federal. A sua autonomia é um valor fundamental que temos que preservar dentro de um estado de direito. Sinto que tenho o dever de tentar proteger a instituição, tentei buscar uma alternativa para evitar uma crise política durante a pandemia mas entendi que não poderia deixar isso de lado. Esse último ato me mostra que o presidente não me quer aqui no cargo” disparou.

“De todo modo agradeço a nomeação lá atrás, fui fiel a esse compromisso. No futuro vou começar a empacotar minhas coisas e providenciar minha carta de demissão. Não tenho como persistir com o compromisso que assumi sem que eu tenha como” alegou.

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